Autor: Méd. Veterinário Fernando Rebesquini Teixeira
Diretor Comercial Puro Trato Nutrição Animal
Quando temos o desafio de alimentar animais fora de seu habitat, precisamos revisar o seu comportamento alimentar natural para conseguirmos implementar uma nutrição assertiva. Também compreender a finalidade deste indivíduo e suas atividades diárias para, assim, atender suas exigências nutricionais.
Revisando a classificação dos equinos, sabemos que eles são considerados herbívoros monogástricos e avançando sobre o sistema digestivo, vamos perceber que existe uma digestão ácida e enzimática (estômago e intestino delgado), mas também uma digestão microbiana muito ativa (intestino grosso com seus compartimentos).
Também devemos ter em mente que os equinos apresentam um comportamento alimentar bem definido: pequenas porções por grande período do dia. Com estas informações vamos conseguir montar um plano nutricional eficiente.
A partir destas informações acima, podemos definir que a base nutricional do equino confinado deve ser o volumoso (que deve ser de qualidade). Os tipos de volumoso mais utilizados são os fenos de gramíneas e alfafa (que devem estar livres de mofo, e uma relação adequada entre folha e talo). Podem ser mesclados com pasto cortado (este geralmente com maior palatabilidade), assim fazendo uma mescla de forrageiras muito interessante. A quantidade diária deve ser de 1 a 1,5% PV de MS/dia (PV = Peso Vivo; MS = Matéria Seca). Assim, o adequado é disponibilizarmos volumoso grande parte do dia em sua cocheira. Esta oferta constante vai permitir que o consumo estimado seja permitido, além de muitos benefícios como o não desenvolvimento de vícios, maior salivação e consequentemente melhor tamponamento, redução drástica dos índices de distúrbio digestivo, enfim, saúde geral.
Depois de definido o plano de oferta de forragem, entramos no fornecimento de concentrado, este com objetivo da suplementação! O concentrado deve ser a complementação da dieta e é com ele que vamos fazer o fechamento nutricional.
Este alimento deve ser de extrema qualidade para evitarmos excessos e atendermos a categoria. As quantidades diárias vão variar conforme a categoria e tipo de produto utilizado. É importante trabalharmos com volumes de 1% a 1,5% PV/animal/dia e fracionarmos este alimento em 3 vezes, não ultrapassando 2,5Kg por refeição já que grande parte desta digestão acontece nos compartimentos iniciais do sistema digestivo e este tem tamanhos reduzidos, já que está preparado para receber alimentos de forma fracionada.
A suplementação mineral é importante, pois trabalhamos com indivíduos e necessidades diferentes. As rações de boa qualidade já apresentam bons níveis mas é comum o animal necessitar de um reforço, tendo livre acesso, ele irá buscar.
Não basta fornecermos bom alimento se não disponibilizarmos acesso hídrico e de boa qualidade, pois água é vital! O consumo estimado será de 2 a 3 litros de água/Kg de MS ingerida.
Lançando mão destas e outras informações como: a categoria; atividades diárias do seu equino; regularidade em todos os dias da semana; e, um bom esquema sanitário, obterá sucesso e vida longa ao seu equino.
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